O sol apareceu, embora eu só o tenha visto horas depois.
Quando desembarco na rua pela porta bordô da Calle Constitución, os pés parecem tocar num oceano gélido e o corpo adentra aquilo que se sabe ser dia, mas que ainda não amanheceu. São sete da manhã. E me vou melancólida, fria e com frio.
Quando enfim amanheceu, e meu corpo estava dentro de salas aquecidas artificialmente da Universidade, o sol pôs-se lá fora. Descobri que não era forte concorrente ao frio do inverno, mas, embora não aquecesse tanto o corpo, esquentou surpreendentemente a alma. Porque o sol tem dessas coisas, me parece. Um incrível sei-lá-o-quê que merece odes e devoções.
Durante, pelo menos, 16 dias, o sol deve ter somado não mais que ligeiras horas de exibição. E eu, contrariando a lógica de quem faz as escolhas que fiz, somei não mais que alguns poucos minutos de exaltação. Aquela vontade talvez se tenha misturado à saudade e ao medo e me senti, por 16 dias, um dia fechado. Sem sol.
Quando senti sob o pé a superfície mais quente e o dia passou a ser, enfim, dia, comecei a recuperar o fôlego. Começar já é um bom começo, afinal. A respiração se aquietou enquanto o corpo fez o exato inverso, embora eu tenha demorado a perceber.
O relógio biológico desajustado me fez ficar em casa no primeiro sol da minha nova vida. Mas aqui dentro está tudo bem. Tenho sol na minha janela e parece estar tudo mais claro.
Quando desembarco na rua pela porta bordô da Calle Constitución, os pés parecem tocar num oceano gélido e o corpo adentra aquilo que se sabe ser dia, mas que ainda não amanheceu. São sete da manhã. E me vou melancólida, fria e com frio.
Quando enfim amanheceu, e meu corpo estava dentro de salas aquecidas artificialmente da Universidade, o sol pôs-se lá fora. Descobri que não era forte concorrente ao frio do inverno, mas, embora não aquecesse tanto o corpo, esquentou surpreendentemente a alma. Porque o sol tem dessas coisas, me parece. Um incrível sei-lá-o-quê que merece odes e devoções.
Durante, pelo menos, 16 dias, o sol deve ter somado não mais que ligeiras horas de exibição. E eu, contrariando a lógica de quem faz as escolhas que fiz, somei não mais que alguns poucos minutos de exaltação. Aquela vontade talvez se tenha misturado à saudade e ao medo e me senti, por 16 dias, um dia fechado. Sem sol.
Quando senti sob o pé a superfície mais quente e o dia passou a ser, enfim, dia, comecei a recuperar o fôlego. Começar já é um bom começo, afinal. A respiração se aquietou enquanto o corpo fez o exato inverso, embora eu tenha demorado a perceber.
O relógio biológico desajustado me fez ficar em casa no primeiro sol da minha nova vida. Mas aqui dentro está tudo bem. Tenho sol na minha janela e parece estar tudo mais claro.
8 comentários:
tu é a pessoa que melhor 'atualiza mal' o blog que eu conheço =)
miedo, mucho miedo, nena!
pero juntas enfrontaremos los dragones porteños! seré tu 'boínha de braço'(hehe)..o mejor... tu extintor de incendio!
con o sin sol, te quiero!
:)
Espero que o sol brilhe ainda mais pra ti!!
Beijos!
Oi Luana.
Que saudade! Como estão as coisas? Pelo jeito, estão bem. É uma cidade linda, né? Pena que tem muito argentino. hehehehe. brincadeirinha.
Boa sorte. Beijão
espero que, a partir de agora, os dias sejam sempre de sol pra ti ;D
aproveita aí e segue atualizando!
beijo
Luana, gostei do texto. Pude ler só agora. Acho que sei como é esse sentimento, por vezes, ambiguo de estar longe de casa. Sou adepta do sol para aquecer a alma e o corpo. A Liza sabe o quanto sou sol dependente. hehe...
Fuentefria,
Do outro lado daquilo que chamam de fronteira, mas nem por isso com menos afeto, envio um grande abraço.
Esse período vai passar rápido e, por isso, aproveite o bom papo de cada velhinho sentado em banco de praça.
A nossa tropa está com duas deserções neste semestre que fazem muita falta. Não há ditador sem batalhão.
Beijos,
Puxa, que saudade que eu tava de ler um texto teu. Teus textos são como o sol, me animam, me aquecem, me confortam.
Saudades imensuráveis de ti! tanto que são no plural =P
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