quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Quem acredita em Noel?

Na correria da minha primeira semana de férias – sim, eu disse correria – resolvi ceder alguns minutos do sagrado almoço à curiosidade. Seria hipócrita se disesse que minha ida à sede dos Correios era a mais pura intenção de boa moça. Fui pra ajudar, também; mas fui mesmo “dar uma conferida”, no meu mais alto grau de curiosidade jornalística.

As muitas cartas ainda não atendidas, no último dia em que estariam ali, me despertaram um desejo imediato de ser Papai Noel ou, em último caso, ser rica. Consolada em não ser nem um nem outro, li e reli “Querido Papai Noel” em letrinhas tremidas. Peguei uma carta na medida do meu bolso e do meu tempo, e assim dizia:

Senhor Papai Noel sou 1 menino de 3 anos. Moro com minha avó que é papeleira. E é viúva. Papai Noel será que o senhor pode me dar uma roupa e calçado (aqui, um Ç riscado sobre o S) e se possível uma cesta de comida pois se for atendido fico muito agradecido e feliz. Meu nome é Enrique moro Vila Armonia (número-tal, rua-tal).” (sic)

Não fosse o orgulho e a vaidade, uma lágrima teria manchado aquelas palavras escritas com tamanho esforço e vontade. E senti vergonha. Senti vergonha da minha falta de esforço, da minha falta de vontade. Deixei pra última hora e, por isso, só poderei ser Papai Noel pro Enrique. Pena o Enrique não saber que isso é recíproco.




Estava no e-mail que recebi da Liza:

Na vida a gente passa por três fases
- A primeira quando acreditamos no Papai Noel;
- A segunda quando não acreditamos;
- A terceira quando somos o Papai Noel!




2 comentários:

Carolina Tavaniello P. de Morais disse...

eu ajudei e, embora não possa ver as crianças sorrindo ao receber as roupas, brinquedos e comidas que pediram nas cartinhas, na minha imaginação se formam sorrisos constantes...

Carolina Tavaniello P. de Morais disse...

P.S.: adorei o novo visual do blog!