sábado, 16 de junho de 2007

Academia Brasileira de quê?

Sempre me perguntei a respeito da utilidade da Academia Brasileira de Letras. Sinceramente, ainda não descobri. Mas estou certa de uma coisa. Se esta tem razão de existir, não existe de forma coerente. Digo isso por causa de uma comunidade no Orkut (hoje em dia, tudo vira comunidade no Orkut), cujo título é “Maurício de Sousa para a ABL”. Pensei: caramba! Que coerência! Quer alguém melhor para representar as letras no Brasil do que esse ícone? Maurício de Sousa representa a leitura brasileira. Melhor ainda! Representa a base, a raiz da leitura no Brasil. Falo de minha parte (e me arrisco a abranger a minha geração), aprendi a ler lendo a Turma da Mônica. Aprendi a gostar de ler lendo a Magali, o Cascão e o Cebolinha (sem esquecer do Louco, é claro).

Há quem vai me contestar, porque, afinal, “quadrinhos não é literatura”. Digo: é sim! É boa literatura. É literatura que ensina a ler e a viver. É literatura que desenvolve a criatividade. É muito mais literatura que alguns escritores que, após escreverem um livro (que sequer se ouviu falar) ganharam sua cadeira na Academia. Se fosse solicitada a listar cinco nomes de imortais da ABL, não chegaria ao terceiro. E aposto que a maioria das pessoas faria o mesmo. Não estou desmerecendo alguns deles que passaram ou ainda estão lá. Alguns são escritores maravilhosos, cuja admiração cultivo independente do número de sua cadeira.

Ouso, ainda, a incluir na minha lista de imortais acadêmicos o Ziraldo. Ziraldo também é literatura. Dia desses, me peguei lendo Flicts, a cor excluída que foge pra lua. É genial! Sem contar o periódico O Pasquim. Tenho quase todos os livros do Ziraldo em casa. Os que não tenho, perdi ou emprestei (e não mais voltaram). O que dizer então de Monteiro Lobato? Na certa, existe uma explicação pra um dos gênios da literatura recusar uma dentre as 40 cadeiras da ABL. “Mal comportado que sou, reconheço o meu lugar. O bom comportamento acadêmico lá de dentro me dá aflição”, disse em sua carta de recusa. Disse tudo.

7 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

ADORO a Turma da Mônica! Concordo com você e achei fantástico o que o Lobatão disse ao recusar a cadeira na ABL. Bjos!

Thales Barreto disse...

Sim sim sim... Se fosse algo sério Senhor Doutor Jornalista Roberto Marinho não teria entrado pra academia, por um simples motivo, ele nunca escreveu uma vírgula. Mas era "imortal". E O expresidente Sarney e seu "maravilhoso" "marimbondos de Fogo"... Alguem já conseguiu ler esse livro???
Realmente ainda busca-se uma utilidade pra academia brasileira de letras...
Ah! Concordo com Mauricio de Sousa e Ziraldo... Parabéns pelo blog. Virei fã já... =D Bjos. ;)

Rô Peixoto disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Rô Peixoto disse...

Oi, Luana!

Obrigada pela visita ao meu blog, e obrigada pelso elogios!

Gostei bastante do teu! É limpo e fácil. É gostoso, apesar dos ares jornalísticos. É, parece-me, um desabafo cotidiano.

Gostei... adicionarei aos favoritos!

E eu sempre gostei mais da Mônica, da Magali, da Tina, do Rolo, do Chico...
Beijos!

Unknown disse...

Luuuuu
Até q enfim achei um blog em q me da vontade de comentar hihihi
mto bom os teus textos... ohh menina ein?!!! Quietinha nos escondendo o seu verdadeiro potencial o.0
Adorei o comentario sobre o Maurício, Ziraldo entre outros, acho q sim todos nos aprendemos a ler e mto com eles ;)
Besosss
amada e continue assim
:***

Unknown disse...

Parabéns moça do ônibus!

Estou com vontade de conhecer mais sobre seus escritos.